Família, Porta da Misericórdia
No contexto do domingo passado em que celebrámos Pentecostes, acontecimento marcante da Igreja que é transformada pelo Espírito Santo e enviada em missão, hoje, nesta missa de aliança, celebramos Maria, Rainha dos Apóstolos.
É uma boa oportunidade para renovarmos a nossa vocação de apóstolo: aquele que é enviado. De fato, somos enviados, pessoalmente ou em comunidade, em Igreja e como Família de Schoenstatt. Essa é a nossa vocação.
Nesta etapa final do ano pastoral, como Conselho Diocesano, gostaríamos de convidar a nossa Família a renovar esta vocação de apóstolo; a reforçar a nossa consciência de missão; a decidir-nos a ser aliados de Maria e do nosso pai e Fundador. Gostaríamos assim, de continuar a percorrer os caminhos da busca do ideal nacional de Schoenstatt em Portugal.
Para nos ajudar a isso, hoje, podemos seguir três pistas que nos dá este mês de Maio.
Maio é o mês de Maria, por ser mês das flores que são a expressão da natureza fecunda. E com flores se expressa o carinho dos filhos por Maria e pelas mães, também celebradas no inicio deste mês.
Neste mês de Maria, recordamos o amor e grande heroísmo juvenil, com que em 1916 bem ao início do Santuário de Schoenstatt, José Engling associou as flores de Maio a virtudes concretas que procurava conquistar no dia a dia e oferecer a Nossa Senhora: o amor à Rainha do seu coração, a fidelidade e o serviço, a humildade, o sacrifício e a pureza. Era assim que ia ganhando forma as ofertas para o capital de graças. O amor e a devoção expressava-se na vida do dia a dia, no caminho de santidade da vida diária. É assim que continuamos ainda hoje a viver a nossa Aliança de Amor, pois a oferta do dia a dia é o capital de graças que Maria nos pede no Santuário, expressão de amor, de heroísmo e de santidade. Como está o nosso amor a Maria neste mês?
Mês de Maio é mês de Fátima. Depois de 1917, o mês de Maria para nós portugueses foi-se tornando também o mês de Fátima. Um pouco por todo o país, a imagem de N. Sra. de Fátima tem lugar de destaque, convocando à oração , às procissões e a tantas peregrinações. Obviamente, o epicentro é o 12 e 13 de Maio, em Fátima mesmo. Este ano, já se sentiu a proximidade do centenário e houve um facto que não pode passar desapercebido: depois da imagem peregrina ter percorrido todo o país, os bispos portugueses, renovaram a consagração das dioceses ao Imaculado Coração de Maria, pela voz de D. Manuel Clemente:
“À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus,
e vos consagramos as nossas dioceses e o nosso país,
que ao longo dos séculos tem sentido a vossa presença protetora.”
No Coração Imaculado de Maria nos encontramos como Igreja e também como Família de Schoenstatt. Em cada dia 18 renovamos essa consagração, colocando-nos à sua proteção e entregando-nos como instrumentos ao seu serviço. Pertencemos a Maria como rezamos na oração de consagração. Como estamos a viver a consagração a Maria no dia a dia?
Mês de Maio é também mês da missão, pela celebração do “31 de Maio” que é um Pentecostes para Schoenstatt: na força do Espírito Santo, acontece um renovado chamamento e envio. Perante os desafios do mundo atual, Nossa Senhora convoca-nos para seus aliados e como o nosso Pai Fundador, confia-nos a sua missão que é resposta ao tempo de hoje. Assim, Ele proclama a missão de Schoenstatt que é a missão de Maria. (cfr. Homilia do 31 de Maio de 1949). Também hoje Ela nos chama a ser apóstolos. Estamos ao seu serviço e anunciamos Maria?
A vocação de apóstolo, no espírito da missão, fortalece-se quando sabemos quem nos envia; somos mais fortes quando nos unimos numa mesma missão concreta; o impulso missionário ganha rosto quando se expressa com identidade.
O caminho de busca do ideal nacional que como Família de Schoenstatt em Portugal nos propusemos a fazer com a Jornada Nacional de Dirigentes, de Outubro passado, nasce desta vocação de apóstolo, renovada no jubileu de 2014. Nesse ideal acreditamos que se espelha a nossa identidade e missão, o que nos une e nos projeta, a nossa vocação original e o nosso rosto. No relato do Pentecostes, ouvimos como “eles ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem”, assim todos entendiam o que eles narravam. Desejamos também nós ter um mesmo Espírito, vivermos em comunhão, e falarmos uma mesma língua original para que a mensagem da Aliança de Amor chegue a todos os corações.
Neste dia 18, mês de Maria, mês de Fátima e mês da missão, como Conselho Diocesano, renovamos o convite a participarmos neste caminho, em concreto a nos unirmos numa mesma missão, cujos rasgos foram aparecendo no documento da Jornada Nacional de Dirigentes (cfr. Documento final da JND'15), ao qual sugerimos voltar e aprofundar.
Neste sentido, terminamos com um convite para todos, e que é um passo concreto para colaborarmos neste caminho do ideal nacional: No dia 2 de Junho, às 21:30, haverá um painel sobre a missão de Schoenstatt em Portugal, à luz dos desafios que o P. Kentenich nos deixou com o "31 de Maio" e das suas implicações para hoje. Foi criado um grupo de reflexão sobre este tema e nesse dia apresentarão as suas conclusões e todos poderemos enriquecer com novas perspetivas.
Maria, Rainha dos Apóstolos, rogai por nós!
18 de Maio de 2016.
Padre José Melo