
“FAMÍLIA DO PAI PARA A IGREJA”.
Sabemo-nos Família, unida e orientada pelo nosso Pai Fundador, e como ele queremos amar e servir a Igreja.
Na celebração do dia 18 deste ano, propomos conhecer melhor as características da Igreja que o P. Kentenich destaca, a partir do vaticano II, e qual a nossa contribuição para a Igreja.
18 DE JULHO - Maria e a Igreja
Querida Mãe, ajuda-nos a compreender profundamente o teu amor à Igreja, à Igreja tal como a vemos na actualidade. E acende também no nosso coração - ao menos um pouco - o mesmo amor que te consome a ti.
Dissemos que a Santíssima Virgem é mãe da Igreja, mas que é também o seu protótipo. Se é mãe da Igreja, é evidente que a Igreja é impensável sem Nossa Senhora. Se ela é a imagem ideal da Igreja, quer dizer que Deus Pai criou a sua Igreja segundo a imagem original de Maria. Ambas se pertencem mutuamente de forma indissolúvel. (…) O meu amor a Nossa Senhora condiciona essencialmente o meu amor à Igreja.
(11.10.1964) Celebramos a festa da maternidade de Nossa Senhora. Esta festa recorda-nos que a Santíssima Virgem não é só Mãe de Jesus, Mãe de Deus, mas também nossa Mãe; mais exactamente que Ela é, ao mesmo tempo, mãe e protótipo da Igreja; e mais, da Igreja tal como esta se apresenta actualmente. Este facto coloca em nossos lábios uma dupla petição:
Querida Mãe, ajuda-nos a compreender profundamente o teu amor à Igreja, à Igreja tal como a vemos na actualidade. E acende também no nosso coração - ao menos um pouco - o mesmo amor que te consome a ti.
Dissemos que a Santíssima Virgem é mãe da Igreja, mas que é também o seu protótipo. Se é mãe da Igreja, é evidente que a Igreja é impensável sem Nossa Senhora. Se ela é a imagem ideal da Igreja, quer dizer que Deus Pai criou a sua Igreja segundo a imagem original de Maria. Ambas se pertencem mutuamente de forma indissolúvel. Por isso, podemos também compreender que se possa afirmar, com razão, que nos encontramos actualmente não só num século mariano, mas também num século eclesial.
Qual é a realidade do meu amor à Igreja? Não à Igreja dos meus antepassados, mas à Igreja do tempo actual, à Igreja tal como ela se mostra no Concílio (...). O meu amor à Igreja mede-se pelo meu amor a Nossa Senhora (...). Ambas partilham o mesmo destino, não só de maneira objectiva, mas também subjectiva, no nosso pensar, viver e amar. O meu amor a Nossa Senhora condiciona essencialmente o meu amor à Igreja.
18 DE JUNHO - UMA IGREJA QUE EXIGE DECISÃO PESSOAL
(…) torna-se evidente o que a Igreja exige hoje em dia: a capacidade de decidir pessoalmente e de poder “nadar contra a corrente”. Quer dizer, decisão própria em contraposição com o nosso ambiente; auto- decisão a fim de vencer a sugestão da massa.(…)
É utópico pensar que vamos ser capazes de viver isolados, como um carvalho perante a oposição do ambiente que nos rodeia (…). Enquanto for possível, precisamos de aspirar a estar enraizados, quase “fisicamente”, palpavelmente, numa comunidade que possua um alto grau de vida de fé. (...). É preciso aprender a pensar com clareza, saber orientar-se por determinadas linhas claras (...) e possuir um pensamento autónomo (...).
Uma vez que a dimensão religiosa está actualmente tão diminuída, e que domina no mundo uma escala de valores que mantém sempre o homem na esfera do puramente natural, torna-se evidente o que a Igreja exige hoje em dia: a capacidade de decidir pessoalmente e de poder “nadar contra a corrente”. Quer dizer, decisão própria em contraposição com o nosso ambiente; auto- decisão a fim de vencer a sugestão da massa. Decisão pessoal, de modo que se faça justiça à citação do bispo de Mainz, que referimos anteriormente: “O Concílio tornou difícil ao católico actual ser católico”. Porquê? Porque, de facto, foram suprimidas muitas regras e deveres externos e a Igreja sabe disso. Portanto não podemos esperar ser sustentados por uma atmosfera.
Qual é então o nosso apoio? Em primeiro lugar, o de uma comunidade de carácter religioso. É utópico pensar que vamos ser capazes de viver isolados, como um carvalho perante a oposição do ambiente que nos rodeia (…) enquanto for possível, precisamos de aspirar a estar enraizados, quase “fisicamente”, palpavelmente, numa comunidade que possua um alto grau de vida de fé. (...). Em segundo lugar, devemos contar com o apoio que dá o ter uma visão doutrinal clara (...). É preciso aprender a pensar com clareza, saber orientar-se por determinadas linhas claras (...). Possuir um pensamento autónomo (...). E, em terceiro lugar, precisamos de pessoas que encarnem o ideal de forma palpável.
18 MAIO – IGREJA POBRE E HUMILDE, ORIENTADA PARA O MUNDO
A Igreja, (…) deve ser cada vez mais uma Igreja pobre; uma Igreja que ama para si mesma a pobreza, que cada dia se afasta mais da pompa. E que ao mesmo tempo é amiga dos pobres, que não procura constantemente, nem mendiga, a benevolência e complacência do Estado.
Uma Igreja humilde (...), que confesse a culpa própria e tenha a coragem de pedir perdão.(…) Não proclame uma fuga do mundo, nem tão pouco, um mundanismo ou uma avidez pelo mundo; (…); queremos que a Igreja penetre no mundo.. Deve impregná-lo até chegar a ser alma do mundo.
A Igreja, assim nos disse o Concílio, deve ser cada vez mais uma Igreja pobre; uma Igreja que ama para si mesma a pobreza, que cada dia se afasta mais da pompa. E que ao mesmo tempo é amiga dos pobres, que não procura constantemente, nem mendiga, a benevolência e complacência do Estado. Uma Igreja humilde (...), que confesse a culpa própria e tenha a coragem de pedir perdão.
Salientámos como a Igreja peregrina se caracteriza também pela sua acentuada orientação para o mundo (...). A Igreja deve ser, tal como no cristianismo primitivo - e como sempre deveria ter sido - alma da cultura, alma de todo o mundo actual. Deve vencer-se a separação entre Igreja e cultura, entre Igreja e mundo. A Igreja deve chegar a ser alma de toda a cultura actual, tão convulsionada e mundana; da própria natureza, tão influenciada pela acção do demónio (...).
Que significa o imperativo: “Ide por todo o mundo”? Significa dinamismo em toda a sua amplitude (...). Não proclamamos uma fuga do mundo, nem tão pouco, um mundanismo ou uma avidez pelo mundo; não nos contentamos com vencer o mundo, antes queremos que a Igreja penetre no mundo. Deve impregná-lo até chegar a ser alma do mundo.
18 ABRIL - IGREJA IMPULSIONADA PELO ESPÍRITO SANTO
Se conseguirmos agora abrir-nos à irrupção do divino, do Espírito Santo, aos seus sete dons, então a Igreja poderá novamente empreender uma cruzada vitoriosa pelo mundo: poderá recomeçar a converter-se novamente em alma do mundo. (…) Uma Igreja inteiramente regida pelo Espírito Santo, não se apoia no estado nem procura tanto em leis próprias a sua segurança. Isto não significa que devamos abandonar totalmente o que existe. O que afirmamos é que o centro da Igreja está no Espírito Santo que tudo rege. Desejamos, portanto, uma Igreja que se entrega sem reservas ao Espírito Santo (...).
Se conseguirmos agora abrir-nos à irrupção do divino, do Espírito Santo, aos seus sete dons, então a Igreja poderá novamente empreender uma cruzada vitoriosa pelo mundo: poderá recomeçar a converter-se novamente em alma do mundo. (…) Quando o fundamento das três virtudes teologais é aperfeiçoado pelos dons do Espírito Santo, a pessoa adquire uma segurança singular. A este tipo de segurança chamámos “segurança do pêndulo”. É aquela segurança que nos vem de cima e não de baixo. A segurança no coração de Deus, no seu amor. (…) Uma Igreja inteiramente regida pelo Espírito Santo, não se apoia no estado nem procura tanto em leis próprias a sua segurança. Isto não significa que devamos abandonar totalmente o que existe. O que afirmamos é que o centro da Igreja está no Espírito Santo que tudo rege. Desejamos, portanto, uma Igreja que se entrega sem reservas ao Espírito Santo (...).
Igreja deve obrigar-se em todos os âmbitos a um certo “personalismo”. Também devemos considerar os sacramentos a partir deste ponto de vista. Mais importante do que interpretar os sacramentos na sua objectividade pura, é estarmos convencidos que nos sacramentos e através deles tocamos a pessoa de Cristo; que através deles chega até nós a acção divina, como uma irrupção de Deus na nossa história. (….) Interessa-nos a união pessoal com o Deus pessoal, com a pessoa de Cristo, presente em toda a liturgia. (…) A relação impessoal deve ser vencida pela relação com o “tu”, na medida em que este é posto em primeiro plano.
18 MARÇO - IGREJA FAMÍLIA DE DEUS
Uma família é impensável sem um pater -familias. (…) Hoje só se fala de companheirismo ou fraternidade. Perante esta concepção, nós sustentamos, de forma sóbria, firme, clara e decidida que não há fraternidade sem paternidade (...). Por outro lado, sustenta-se que a Igreja não pode ser considerada actualmente como uma família pelo facto de os seus membros serem muitos. Família - afirma-se - só é possível onde o número dos membros é reduzido. (…) Não há só famílias pequenas; existe também a grande família, a que é composta por pequenas famílias. Uma família é impensável sem um pater -familias. (…) isto é condição para que a Igreja na sua totalidade seja uma família. Pequenas famílias constituem uma grande família. (…)
Família de Deus! Numa família de Deus não existe uma obediência militar, mas uma obediência familiar (…) À sua essência pertence, em primeiro lugar, uma grande dose de corresponsabilidade e, depois, de franqueza. É próprio de uma obediência familiar uma profunda e ampla corresponsabilidade.
(…) Tal como numa família, não assumo somente responsabilidade pela posição que tenho, nem apenas perante mim mesmo. Temos de superar o homem-massa. Não queremos um rebanho. A família não tem nada a ver com a tropa. A família é formada por pessoas. Para mim foi sempre motivo de orgulho educar homens que possuíssem uma originalidade pessoal (...) uma obediência sã, familiar, não suprime a personalidade; ao contrário, cria personalidades. Personalidades que sabem unir a obrigação, a obediência e a liberdade (...).
Enquanto se encontrava em Roma (devido às sessões conciliares) o bispo de Münster, congregou o seu Cabido acolhendo-me de forma oficial e solene no clero da sua diocese. Em nome de toda a Família de Schoenstatt da diocese de Münster e, em certo sentido, em nome de toda a Família, prometia que iríamos empenhar-nos para que a diocese chegasse a ser, no sentido eclesial, verdadeiramente uma família. Uma família é impensável sem um pater -familias. (…) Hoje só se fala de companheirismo ou fraternidade. Perante esta concepção, nós sustentamos, de forma sóbria, firme, clara e decidida que não há fraternidade sem paternidade (...).
Por outro lado, sustenta-se que a Igreja não pode ser considerada actualmente como uma família pelo facto de os seus membros serem muitos. Família - afirma-se - só é possível onde o número dos membros é reduzido. (…) Não há só famílias pequenas; existe também a grande família, a que é composta por pequenas famílias. Podemos compreender o que isto significa para nós. Em primeiro lugar significa que a diocese representa uma família que tem à sua cabeça um pater-familias; em segundo lugar, que isto é condição para que a Igreja na sua totalidade seja uma família. Pequenas famílias constituem uma grande família. (…) Repito: se não se pressupõe um número considerável de pequenas famílias - estas podem ser famílias de ordem natural ou comunidades cristãs de carácter familiar -, então o carácter familiar da Igreja não está suficientemente assegurado (...).
18 DE FEVEREIRO - IGREJA PEREGRINA
Uma Igreja peregrina! Muito do que afirmámos a respeito da Igreja - Povo de Deus - podemos aplicá-lo à expressão - Igreja peregrina (...). Que pretende dizer-se com a expressão “Igreja peregrina”? Quando falamos de peregrinação referimo-nos a uma imagem peculiar da Igreja, que está constantemente em movimento, peregrinando. Encontramos novamente a contraposição entre uma Igreja como se via no passado, completamente instalada, e tal como a vemos hoje, uma Igreja que peregrina. Antes, uma Igreja sedentária; agora, peregrinando, sempre em movimento (...).
Quais são as características da Igreja instalada? (...). Em primeiro lugar, é uma Igreja orientada para a dimensão exterior ou jurídica, que não deseja ser perturbada nem a partir de dentro nem a partir de fora. Por isso, determina tudo juridicamente. A Igreja instalada põe a sua segurança na adesão escravizante às determinações jurídicas.
Em segundo lugar (…) na Igreja instalada, tudo tem que estar firme e assegurado de maneira burguesa. (…) Segundo esta concepção, qualquer tipo de audácia é sufocada. Gostaria de destacar isto firmemente, com a maior clareza: numa Igreja instalada, com o tempo, a fé torna-se anémica. Porquê? Porque num estilo de vida burguês, e também numa vida religiosa burguesa, a fé perde um traço que lhe é essencial: o risco. Numa Igreja instalada, não arrisco nada, não me atrevo a renunciar a este ou aquele bem burguês quando a fé e o espírito de Deus me pedem isto ou aquilo. Não me arrisco a viver o espírito do cristianismo, sinto-me feliz quando as obrigações jurídicas são mantidas a todo o custo.
Quando os apoios humanos desaparecem, parece que nos falta o chão: só nos resta deixarmo-nos cair nas mãos de Deus. (...).Temos que dar o salto da fé: temos que entregar-nos simplesmente, sem reservas, à condução divina (...).
18 DE JANEIRO - UMA IGREJA DINÂMICA
No futuro, a Igreja quer orientar-se, mais decididamente do que até agora, rumo às “novas margens”(…). Não quer estar constantemente a olhar só para a margem antiga. Não! Quer ambas as coisas: guardando o passado, olhar para o futuro. (…) Prefere ver-se a Igreja reflectida na imagem de um barco (…).
Que grande audácia é preciso ter hoje! Que imensas exigências se nos colocam! Uma confiança magnânime em que o barco não será vítima da tormenta; uma gigantesca confiança em que este barco será capaz de cumprir a sua tarefa. (…) Ela mesma quer atracar a todos os continentes e a todos os lugares para procurar todos os que são chamados por Deus e querem ter uma morada permanente neste barco.
Novamente (se coloca) a pergunta: como se descreve a Igreja a si mesma na constituição Lumen Gentium? A Igreja quer ser vista no futuro em toda a amplitude do seu poderoso dinamismo. No futuro, a Igreja quer orientar-se, mais decididamente do que até agora, rumo às “novas margens”, usando uma expressão que é comum entre nós. Não quer estar constantemente a olhar só para a margem antiga. Não! Quer ambas as coisas: guardando o passado, olhar para o futuro.
Olhando o passado reafirmam-se os fundamentos profundos da Igreja e a sua missão essencial para todos os tempos, tal como foram vistos desde o princípio, tal como lhe foram dados pelo Espírito Santo. Estes fundamentos mantêm-se inabaláveis. Mas, ao mesmo tempo, dá-se-lhe um impulso que, conscientemente, a leva a considerar os grandes acontecimentos e transformações do tempo; e, deste modo, orienta-se a Igreja rumo às mais novas praias. A consequência de tudo isto é - poderíamos talvez dizê-lo assim - uma espécie de revolução, um violento abalo. Para trás fica uma concepção exageradamente tradicionalista e caminha-se rumo a uma concepção renovadora. (…) A Igreja esteve e ainda hoje continua a estar - assim se afirma frequentemente - quase como um bloco que se move isolado no meio do mundo. E este mundo, em vez de se esforçar por alcançar essa rocha na sua peregrinação, cada vez dela se distancia mais e mais. Por isso procuramos um maior dinamismo. Por isso nos desligamos de um conservadorismo rígido.
Via-se então a Igreja como uma rocha no meio da turbulência do tempo; e aquele que quisesse receber a salvação de Deus, devia encontrar o seu caminho até essa rocha. Daí que existisse um certo isolamento da Igreja no meio das perturbações do tempo moderno.
Prefere ver-se a Igreja reflectida na imagem de um barco; aquele barco que era sacudido de um lado para o outro no mar da Galileia. Um barco onde se encontra o Senhor, ainda que Ele pareça estar novamente adormecido. Um barco que não teme o ímpeto das ondas e que navega corajosamente no mar da conturbada vida actual. Uma vez mais: uma concepção dinâmica da Igreja que expressa o forte anseio de que todo o mundo seja tocado por ela.
Claro que nos apercebemos dos perigos que esta concepção envolve. Devemos esperar que muitas circunstâncias e muitas coisas nos causarão problemas.
Que grande audácia é preciso ter hoje! Que imensas exigências se nos colocam! Uma confiança magnânime em que o barco não será vítima da tormenta; uma gigantesca confiança em que este barco será capaz de cumprir a sua tarefa. Evidentemente, ele terá a incumbência de recolher, à direita e à esquerda, os náufragos que seja possível salvar. Não serão eles a procurar e alcançar, com grande esforço, o caminho para a rocha. Não; agora será a própria Igreja quem deve procurar os que cambaleiam e vacilam. No meio da tempestade, ela mesma quer atracar a todos os continentes e a todos os lugares para procurar todos os que são chamados por Deus e querem ter uma morada permanente neste barco.
18 DE DEZEMBRO - AMOR À IGREJA
O que queremos privilegiar no início desta nova etapa? Ou, dizendo melhor: o que pretendemos realizar nesta próxima etapa? O meu mais profundo desejo seria colocar no portal dos próximos anos e séculos aquela frase que oportunamente escrevi ao Santo Ofício: “Dilexit Ecclesiam!”. Desejaria que essa expressão se inscrevesse, algum dia, no meu túmulo; gostaria de vê-la ali gravada para todos os tempos: “Dilexit Ecclesiam”: “Amou a Igreja”, essa Igreja que cravou a Família de Schoenstatt na cruz - Dilexit Ecclesiam. Como é esse amor à Igreja?
Como Família que foi despregada da cruz, gostaríamos no futuro, de esforçar-nos, por todos os meios ao nosso alcance, por colaborar com o Santo Padre na realização da missão post-conciliar da Igreja. Deste modo, a expressão “Dilexit Ecclesiam” toma um significado vincado: Schoenstatt dilexit Ecclesiam. O amor à Igreja leva-nos a apoiá-la na sua missão post-conciliar em todos os âmbitos e da forma mais perfeita possível.
Em que consiste esta missão? (...) Como se caracteriza a si mesma a Igreja no Concílio?
Em primeiro lugar, talvez fosse conveniente perguntar: pode existir uma mudança na compreensão que a Igreja tem de si mesma? Se respondemos que efectivamente essa mudança ocorre, pode suscitar-se logo uma segunda pergunta: a Igreja não terá sido vítima das modernas teorias evolucionistas? Porque não mantém com firmeza o que afirmou no passado? Pode realmente dar-se uma mudança? Seria melhor dizer que é possível uma mudança de “acentuações”.
É extraordinariamente positivo que se tenham reunido em Concílio os representantes da Igreja, os cardeais e os bispos de todo o mundo. Tiveram assim a oportunidade de colaborar nesta auto-definição da nova imagem da Igreja e de dar contribuições essenciais à sua configuração. Para lá de todas as reflexões, em última análise, reinou a convicção de que a Igreja é regida pelo Espírito Santo, particularmente desde que João XXIII destacou amplamente esse facto, pondo-o em primeiro plano. E como se fez notar o efeito da presença do Espírito Santo no âmbito eclesial!
Se houve uma transformação na auto- compreensão e na consciência da Igreja, ela não é um facto fortuito: é obra do Espírito Santo.