
Enquanto filhos espirituais deste Pai, não nos devemos espantar de ser chamados a seguir os seus passos de muitas e variadas formas e a experimentar a alegria e a cruz nas nossas vidas. A missão do 31 de maio está mais viva do que nunca e é a resposta a uma Europa fragmentada e cada vez mais afastada da sua matriz cristã. Uma Europa onde muitos se abstêm de afirmar a sua voz na consolidação de um projeto comum, deixando espaço a formas de pensamento radicais e nacionalistas.
No dia a dia, experimentamos “na pele” o que significa afirmar convicções e pagar o preço de se ficar isolado, por se “nadar contra a corrente”; partilhamos, abrimos caminhos e criamos pontes, correndo muitas vezes o risco de sermos mal interpretados ou da nossa voz ser encarada como um ato de fraqueza e de pouca inteligência; na força da aliança, somos enviados como instrumentos a um mundo cheio de contradições que, ao mesmo tempo que luta por uma maior esperança de vida, mata a vida e destrói o planeta, cavalga tecnologicamente mas parece criar cada vez mais “ilhas” humanas, subsidia guerras e pede a paz.
A partir do nosso santuário-coração, podemos fazer a diferença, oferecendo as graças do acolhimento, transformação interior e envio a todos aqueles a quem estamos ligados no mundo do trabalho, na família, nas relações sociais, nas tarefas apostólicas. Ao promover de uma forma consciente espaços de vida, de diálogo, de encontro, de relação em que outros podem repousar e crescer, estamos a viver e a cumprir a missão do 31 de maio, conscientes de que a forma como o fazemos atrai os homens para Deus. Homens descrentes que necessitam de sinais vivos, presenças unidas a uma rede maior de vínculos, lugares e corações para construir um mundo mais humano e fraterno, em torno de Deus-Pai.
Pessoalmente, posso dizer que muito do meu trabalho e atuação na formação de juventude e de adultos, quer a nível profissional, quer a nível apostólico passa por criar pontes, promover espaços de encontro, ajudar os outros a encontrar caminhos, na certeza de que também eles me desafiam a crescer e a ser coerente com os valores em que acredito. Nas alegrias e nas dores, sinto-me filha do nosso Pai e experimento no dia a dia o que significa assumir a sua missão e dar a vida por ela.
Testemunho de Ana Cristina Leitão
Instituto Secular Nossa Senhora de Schoenstatt.