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Em memória do P. António Ribeiro Lobo   |  23-12-1931/19-11-2020

25/11/2020

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Em memória do P. António Ribeiro Lobo
23-12-1931/19-11-2020

A notícia de que Deus Pai tinha chamado o P. António Lobo para junto de si encheu-me de
tristeza. Tantas vivências ao longo de 60 anos! Há semanas tinha pensado em falar-lhe por
telefone, mas fui adiando, adiando, até que me apercebi que já o não podia fazer!

Pediram-me para elaborar algumas notas sobre a vida do P. António sobretudo da sua ação em
Portugal. Infelizmente já somos muito poucos os que podem testemunhar algo sobre ele.
Faço-o com imenso gosto, pedindo que ele, do Céu, abençoe a Família de Schoenstatt em
Portugal e no Brasil que ele com tanto amor serviu.

Notas biográficas


O P. António Ribeiro Lobo nasceu em Carvalhosa (Paços de Ferreira) a 21 de Dezembro de
1931. Era filho de uma família muito numerosa (
Pai: Claudino Ribeiro da Costa era ajudante de carpinteiro e tocava clarinete na banda, onde introduziu o seu filho António ainda muito pequeno. Mãe: Maria da Silva Lobo), vivendo com sérias dificuldades. Um dia uma senhora da região (Sílvia Cardoso, que tem já um processo de beatificação em Roma e que é tia do P. Miguel Lencastre) abordou-o quando era ainda
muito pequeno, perguntando se não queria ser padre, e responsabilizando-se por custear os
seus estudos. Obtida autorização de seus pais, parte para Évora, onde cursa todo o seminário
(menor e maior). Termina os estudos de teologia em 1957 e é ordenado subdiácono (na altura,
o subdiaconado era muito importante, o diaconado não tinha a relevância que tem hoje e era
feito pouco antes da ordenação sacerdotal). Poucos dias antes da sua ordenação já com tudo
preparado, inclusive convites e estampa recordatória da ordenação, recebe com grande
espanto e admiração a notícia que não tinha sido admitido ao sacerdócio. Sente que os pés lhe
estão fugindo debaixo da terra. É um choque tremendo! Por um lado, era o seu sonho desde
miúdo de ser padre e para o qual se tinha preparado durante muitos anos, que desaparecia
como que por encanto; por outro lado, que fazer, ele que só se tinha preparado para o
sacerdócio? E ainda com a perspetiva de, como subdiácono, ter a obrigação de rezar o
breviário todos os dias até ao fim da sua vida! O choque teve tal dimensão que quis desistir de
tudo. Várias pessoas de boa vontade tentaram demover os responsáveis pelo seminário pela
decisão tomada, ou que ele fosse aceite noutra diocese, tudo sem êxito. A desilusão era tanta
que já não conseguia acompanhar os esforços das pessoas que o queriam ajudar. Naquele
momento não queria saber de mais nada, apenas não tinha perdido o amor a Nossa Senhora.


Das pessoas que se interessaram pelo seu caso e que vão ter uma importância decisiva no seu
futuro, queríamos ressaltar duas: Margarida Lencastre (irmã do P. Miguel Lencastre e sobrinha
de Sílvia Cardoso, a senhora que lhe tinha proporcionado os estudos), e Rosinha Potes Cordovil
de Évora que não se conheciam pessoalmente. Dando-se conta que ambas estavam a lutar
pela mesma causa (uma porque o conhecia por serem da mesma terra e a família o ajudar nos
seus estudos, e outra por ser de Évora e conhecer bem os seminaristas de Évora) combinaram encontrar-se em Fátima. No encontro que tiveram sentiram-se como uma “rosa” e uma
“margarida” ajoelhadas aos pés do Sagrado Coração de Jesus pedindo pelo “lobo”. Contando
mais tarde contavam esta história com muito humor. Como Rosinha Cordovil conhecia um
padre Palotino suíço em Lisboa, o P. Ervino Helmle, resolveram ir falar com ele e ver a hipótese
de enviar o António Lobo para a Suíça, o que conseguiram..


Esse facto deveria ter animado o jovem seminarista, mas o seu estado anímico tal que não se
entusiasmou nada. Apenas pelo muito respeito que tinha pelas duas senhoras, aceitou partir
ainda que sem convicção. Chegado a Friburgo toma contacto com os fraters palotinos chilenos
que lhe dão a conhecer Schoenstatt. Ele a princípio está à defesa, mas pouco a pouco vai-se
entusiasmando e finalmente decide-se por Schoenstatt e solicita a sua admissão nos palotinos.
Em Friburgo frequenta filosofia na universidade. Em 22 de Agosto de 1959 celebra a sua
Aliança de Amor com a Mãe e Rainha Três Vezes Admirável.


É finalmente ordenado presbítero em Gossau na Suíça a 21 de Dezembro de 1960, sendo o 1º
padre português schoenstattiano. De imediato vem a Portugal onde celebra no dia de Natal a
sua missa nova na Igreja paroquial da Carvalhosa (Paços de Ferreira). 

Depois de celebrar a sua missa Nova volta à Suíça para terminar os seus estudos, onde obtém
o grau de licenciatura em filosofia com a classificação “Magna cum Laude”.

Volta a Portugal no início em Abril de 1962. Encontra-se com a juventude masculina nascente
reunida num retiro em Azeitão. Celebrou a missa com o paramento que lhe tinha sido
oferecido para a sua ordenação.

Em Lisboa trabalhou durante quase 5 anos sobretudo com a juventude feminina, mas também
com casais e ajudando na paróquia de S. Mamede.

Em 1967 ingressa no Instituto dos Padres de Schoenstatt onde é incorporado na Região
Brasileira, e tem a oportunidade de ir a Schoenstatt onde encontra o Fundador. Ele contava
que, como muitas pessoas queriam falar com o Fundador e o tempo era limitado ele usava um
estratagema: deixava para o fim temas mais difíceis e quando o tempo estava a chegar ao
limite, colocava a pergunta. O P. Kentenich dizia-lhe então que essa questão exigia mais tempo
e marcava-lhe outro encontro. Foi assim que conseguiu ter vários encontros com o Fundador,
o que causava natural inveja aos que só conseguiam o tempo convencionado. Também
contava que o P. Kentenich não tirava normalmente fotografias a sós com outras pessoas, mas
ele pediu-lhe para o fazer, ao que o P. Kentenich acedeu.  (imagem abaixo). 
​
Em Fevereiro de 1967 parte para o Brasil onde trabalhou na Pontifícia Universidade Católica como professor e capelão, ajudando também no Movimento de Schoenstatt.

Regressa a Portugal em 1972 para a Gafanha da Nazaré em Aveiro. Aí dá aulas no Colégio das Irmãs do Sagrado Coração de Maria, no Liceu, e no Seminário, ajudando também na paróquia da Gafanha da Nazaré.

Fez um estágio em filosofia e psicologia para poder exercer o magistério oficial que exerce durante 2 anos em Coimbra, e outros 2 em Beja já como professor efetivo. Em 1979 concorre a professor da Escola Secundária Marquês de Pombal em Lisboa, onde é oficialmente colocado, ainda que nunca tenha tomado posse pois a sua comunidade envia-o de novo para o Brasil, Nestes últimos 40 anos nunca mais trabalhou em Portugal ainda que nos tenha visitado algumas vezes.

Notas pessoais
​

Conheci o P. António ainda seminarista, em Friburgo onde cheguei com 18 anos com a intenção de passar umas férias tranquilas nas diversas casas dos palotinos na Suíça, e donde regressei schoenstattiano.

Devo confessar que apesar de ter passado uns dias em Friburgo o contacto com o P. António não me deixou marcas profundas. A sua história, no entanto, marcou-me profundamente.

Chego a Lisboa em Setembro de 1960 muito entusiasmado por Schoenstatt e com a intenção de formar um grupo de jovens, sabendo que o António Lobo seria ordenado sacerdote em Dezembro. Apesar de ser o primeiro padre português de Schoenstatt não fui à sua ordenação por razões económicas e porque era muito longe (350 Km). Depois fiquei com remorsos que nunca mais passaram! Deixo desse grande acontecimento apenas o convite e a pagela da sua ordenação. (imagens abaixo)


Recordo-me perfeitamente da sua chegada definitiva a Portugal no início de Abril de 1962. Os poucos jovens que havia nesse momento tinham-se reunido num retiro em Azeitão, pregado pelo P. Jaime Fernandez, ordenado poucos meses antes. O P. António aparece já nos últimos dias do retiro, irradiando alegria e celebrou uma missa para os jovens da altura.

Inicia depois o seu trabalho pastoral, primeiro ajudando o P. Jaime Fernandez e dando apoio na paróquia de S. Mamede em Lisboa, e mais tarde encarregando-se do apoio à juventude feminina recém aparecida.


Pouco a pouco fui descobrindo facetas do P. António de que me não tinha dado conta antes. O seu amor incondicional a Maria, o seu profundo sentido sacerdotal, a sua humildade e a sua espontaneidade, por vezes desconcertante, mas onde aprendi a ouvir a voz de Deus.


Ao longo da vida partilhei muitas das alegrias e das tristezas o P. António. Houve momentos difíceis, alguns mesmo muito difíceis, mas o que sempre me impressionou e não posso deixar de testemunhar foi que, em momento algum, o vi fraquejar no seu espírito sacerdotal e no seu amor a Maria.


Nas últimas visitas que fez a Portugal a minha mulher e eu recordamos o entusiasmo e a alegria com que agradecia a vocação do nosso filho Diogo à comunidade dos Padres de Schoenstatt.


Deus provou-o P. António até ao limite, mas ele pode desde o Céu gritar com força: “Servus Mariae nunquam peribit”


Bem hajas P. António! Desde o Céu, com a Santíssima Trindade e a Virgem Maria, abençoa-nos!


Manuel Barata

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