
A família Assaf, natural de Alepo, constituída por três pessoas – Mahmoud, o pai, Seham, a mãe e Ahmad, o filho -, chegou a Portugal, em dezembro de 2016, provinda da Grécia. Foi acolhida pela Associação Schoenstatt Lisboa, em parceria com a Plataforma de Apoio aos Refugiados.
A família abandonou a sua cidade natal, Alepo, na Síria, onde residia, há cerca de 6 anos, quando a guerra eclodiu. Viveu algum tempo no Líbano, onde pai e filho trabalharam, na Turquia e por fim, na Grécia, num campo de refugiados. Ao longo desses anos acumulou experiências muito dolorosas e chegou ao nosso país cheia de sonhos e esperanças, ávida de um presente promissor, de um tempo sereno e com estabilidade a nível económico e social.
A família fez o seu percurso, adquirindo alguma familiaridade com a língua e cultura portuguesa. O pai, Mahmoud, frequentou algumas iniciativas de promoção de emprego, e dispôs de um número apreciável de oportunidades de trabalho. Infelizmente nunca considerou que alguma delas fosse adequada para as suas capacidades, e por isso terminou este período de 24 meses desempregado, e com poucas perspectivas de poder vir a trabalhar.
A mãe, Seham frequentou diversos cursos de aprendizagem da língua portuguesa, mas não considerou nenhum desafio profissional. Na verdade, a cultura Síria não favorece muito o trabalho dos elementos femininos.
O filho Ahmad, de 20 anos, fez notórios progressos no conhecimento da língua, e muitos esforços de integração. Começou a trabalhar como aprendiz de mecânico na Santogal, e aí se manteve até Dezembro. Aproveitamos para expressar publicamente o nosso agradecimento à Santogal, por ter proporcionado esta oportunidade de trabalho ao Ahmad.
As dificuldades de integração desta família mostraram-se inultrapassáveis, apesar de todo o apoio que foram tendo ao longo dos últimos 24 meses. Por isso, e por sentirem que Portugal não lhes proporcionava oportunidades de futuro, tomaram a decisão de nos abandonar e partir para a Alemanha, onde também se encontrava já um filho, e para onde foi também uma filha com a respetiva família. Desejamos-lhe as maiores felicidades neste novo desafio de integração.
Quando à equipa que se encarregou desta família, liderada pela Sofia Azevedo e integrada pela Maria Possolo, Maria Goes, Ana Deslandes, Rita Froes, Sofia Fragoso e Manuel Cary, queremos todos desde já expressar o nosso agradecimento ao Movimento pelo apoio que proporcionou nesta experiência, que teve tanto de inesquecível como de complexa, mas que consideramos que foi extremamente recompensadora.
Continua a ser preciso acolher novas famílias refugiadas, pelo que deixamos aqui o desafio, caso haja algum grupo interessado, de acolher nova família refugiada através da PAR. Portugal está novamente a receber uma leva de refugiados, assim caso haja interesse entrem em contacto que teremos todo o gosto em fazer a ponte com a PAR – Plataforma de Apoio a Refugiados.
Agradecemos a Nossa Senhora a missão que nos confiou e o sabor dos seus frutos: a amizade que foi crescendo entre nós, os membros da equipa e as pontes que, apesar das diferenças culturais, conseguimos estabelecer com a família Assaf.
Que Maria nos continue a educar no serviço aos mais pobres!