O Santo escolhido para o mês de Fevereiro é São João de Brito, Santo português do séc. XVII, que nasceu na Mouraria em 1647 e morreu na Índia em 1693. Foi canonizado em 1947 pelo Papa Pio XII. Referindo-se a São João de Brito, disse o Papa João Paulo II, numa das visitas a Portugal: “Como não lembrar o exemplo de S. João de Brito, jovem lisboeta que, deixando a vida fácil da corte, partiu para a Índia, a anunciar o Evangelho da salvação aos mais pobres e desprotegidos, identificando-se com eles e selando a sua fidelidade a Cristo e aos irmãos com o testemunho do martírio?”. São João de Brito nasceu numa família fidalga e cedo discerniu a sua vocação. Ainda jovem, adoeceu gravemente e juntamente com D. Brites, sua mãe, promete a S. Francisco Xavier que se ele recuperasse a saúde, andaria vestido, durante um ano, com a roupa da Companhia de Jesus, ou seja, uma batina preta de seda, apertada à cintura com uma faixa, e um barrete na cabeça. Quis Deus que ele recuperasse e a promessa foi cumprida. Os seus amigos, por graça, sendo os Jesuítas lá na sua terra conhecidos como apóstolos, passaram a chamá-lo de “apostolinho”. Talvez o cumprimento desta promessa tenha influenciado a sua crescente devoção por São Francisco Xavier, decidindo entrar na Companhia de Jesus e mais tarde partir para a Índia como missionário. Enquanto o seu desejo de partir para a Índia não era satisfeito, insistia. Numa das cartas diz: “Na verdade é tão veemente o desejo que dia e noite me abrasa de ir para o meio dos indianos dedicar-me à sua salvação, que, se me fosse lícito pedir todos os dias tal favor a V. Paternidade, fá-lo-ia de boamente”. Parte para Goa pela primeira vez em 1673. A sua vida na Índia é um exemplo de desprendimento, entrega, confiança em Deus, sofrimento e amor ao próximo. Logo de início se apercebeu de que, para ser aceite pelas populações locais, tinha que se adaptar em tudo aos costumes indianos. Por essa razão, aprende a língua Tamul, falada no Maduré (onde estaria em missão), e passa a usar o tipo de vestimenta local. Também muda a alimentação, reduzindo drasticamente em quantidade e qualidade para se habituar às privações a que ia ser sujeito. São inúmeros os episódios de enorme perigo, privação e sofrimento que viveu. Para São João de Brito, “oração e sofrimento eram fermento de cristandade, de conversão de muitos gentios. Foram e são os grandes meios de alcançar os dons de Deus, sobretudo a fé.”. Converteu e baptizou imensas pessoas. Conquistou a amizade dos povos, levou a fé a muitos corações. Acabou condenado à morte por um marajá cuja filha era uma das mulheres de um príncipe que a rejeitou, por se ter convertido. Foi martirizado e decapitado e, já morto, desmembrando. Apercebendo-se de que ia morrer, São João de Brito escreve para Lisboa, dizendo: “Quando a culpa é virtude, o padecer é glória”. Destaca-se da sua vida a total entrega e confiança em Deus. Rita Fontoura |
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